Kill 'Em All foi o primeiro álbum que eu realmente ouvi do começo até o fim na minha vida, ou melhor, o primeiro álbum de metal que parei para escutar todas as músicas, antes era só umas 3 ou 4 do mesmo álbum, nada além disso. Agradeço ao Metallica por me introduzir no metal aliás. Dito isso:
"Hit The Lights" – O álbum já começa com uma pedrada de respeito. Essa foi a primeira música composta pelo Metallica, ainda nos tempos bem primórdios da banda. É um som cru, direto e cheio de energia, que já mostrava o que o Metallica queria ser, ou seja, rápido e agressivo. Eu considero esse o meu terceiro riff favorito do disco, e destaco também o ótimo desempenho vocal do James aqui, que, mesmo ainda jovem, já mostrava atitude. Aliás, essa música chegou a aparecer antes na coletânea Metal Massacre, em 1982, mas a versão que foi parar no álbum ficou mais sólida e com um instrumental bem mais pesado.
"The Four Horsemen" – Aqui a história é interessante, porque a música foi escrita pelo Dave Mustaine, quando ele ainda estava no Metallica, mas depois da saída dele a banda retrabalhou a canção e mudou completamente o rumo. Ela se chamaria "The Mechanix" e seria muito mais rápida e reta, mas virou "The Four Horsemen" com passagens instrumentais, riffs mais cadenciados e uma letra falando do apocalipse e dos quatro cavaleiros. E aqui é o ponto de divisão: tem gente que prefere a versão do Metallica, e outros que ficam com a versão do Megadeth. Eu prefiro e gosto mais da pegada acelerada e insana do Killing Is My Business....
"Motorbreath" – Essa aqui é uma composição inteiramente feita pelo James Hetfield, o que é impressionante, ainda mais levando em conta que ele tinha só 19 ou 20 anos na época. A letra basicamente fala sobre viver rápido, aproveitar o momento e não se importar com o amanhã, refletindo bem a juventude e a mentalidade rebelde dos caras naquela fase. É uma música curta, rápida e bem direta, quase com um espírito punk dentro dela. Apesar de eu achar uma faixa muito boa, sinto que quanto mais você ouve, mais ela vai ficando enjoativa, pelo menos foi a impressão que eu tive depois de várias repetições.
"Jump In The Fire" – Tenho um carinho enorme por esse riff, porque foi o primeiro riff do Metallica que aprendi a tocar, por pura vontade. Acho ele o melhor riff da primeira parte do disco, mesmo que muita gente prefira outros. Na letra original, escrita pelo Mustaine, tinha um tom sexual, mas depois que o James a reescreveu, ela virou algo bem mais sombrio, falando de condenação e do inferno. O single dela ainda trouxe uma capa clássica com um demônio saindo das chamas.
"(Anesthesia) Pulling Teeth" – Aqui é o Cliff Burton mostrando ao mundo que ele não era só um baixista, e sim um músico absurdo. Ele faz um solo de baixo com distorção e pedal wah-wah que dura mais de quatro minutos, coisa impensável para um álbum de estreia de uma banda de metal na época. O resultado é simplesmente fantástico e até hoje me impressiona. Não tem nem o que dizer direito. Em alguns momentos, o Lars acompanha o solo na bateria, mas o show aqui é todo do Cliff.
"Whiplash" – A segunda parte do álbum já começa com a minha faixa favorita de todo o disco. Essa música é praticamente um hino ao metal e ao espírito dos headbangers. O James, na minha opinião, atinge o ápice vocal aqui, com uma interpretação lírica cheia de energia. O Lars também faz um trabalho excepcional na bateria, mantendo a velocidade e a agressividade o tempo todo. Vale lembrar que essa foi a primeira música do Metallica a ser lançada oficialmente como single, e anos depois até o Motörhead fez um cover dela, que acabou rendendo um Grammy.
"Phantom Lord" – Essa foi por muito tempo a minha música favorita do álbum, até eu escutar ele inteiro várias vezes e mudar de opinião. O que eu mais gosto dela é que, além da agressividade, ela traz um lado mais melódico, com aquele interlúdio no meio que, apesar de parecer meio desconexo, dá uma cara diferente à faixa. É interessante que na demo No Life 'Till Leather essa música aparecia de um jeito mais simples, e no álbum eles decidiram trabalhar mais e dar essa cara mais épica, o que acabou sendo um acerto.
"No Remorse" – Uma faixa que carrega bem o espírito da guerra e da violência, tanto na letra quanto no instrumental. Ela começa de forma mais cadenciada, mas vai crescendo em intensidade até se tornar uma pancada direta. É uma música que não chama tanta atenção logo de cara, mas quanto mais você ouve, mais percebe a força dela. Ela também já mostrava o lado mais trabalhado da banda, porque tem várias mudanças de ritmo e até antecipa um pouco daquilo que seria explorado no Ride the Lightning.
"Seek & Destroy" – Essa aqui é simplesmente uma das músicas mais icônicas não só do álbum, mas de toda a carreira do Metallica. Um riff marcante, uma letra que fala sobre destruição e energia pura, e uma estrutura que funciona perfeitamente tanto no estúdio quanto ao vivo. Até hoje é presença quase obrigatória nos shows, geralmente como uma das músicas de encerramento. Foi uma das primeiras a conquistar os fãs e continua sendo um clássico absoluto, sem mais nem menos.
"Metal Militia" – O álbum fecha com uma explosão de velocidade e agressividade. "Metal Militia" é praticamente um manifesto sobre o exército do metal, algo típico da época, que reforça a ideia de comunidade entre os fãs e músicos. É rápida, barulhenta e um final perfeito para um disco de estreia que mudou os rumos do metal. O riff principal é um dos mais velozes do álbum e mostra bem a influência punk misturada ao metal que o Metallica trazia no começo da carreira.
Nota final: 9,2/10!!
(a divisão entre seek and destroy e metal militia ficou bugado, malssss)